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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Contos Chineses




Chang E voa para a Lua

Segundo uma tradição, Chang E, sobrinha do Imperador Celestial, casou-se com Hou Yi, outra divindade do céu, e o casal levava uma vida feliz. Naquele tempo, havia dez sóis no Céu. E na terra, as plantas, queimadas, murcharam, reinavam as feras e os bichos venenosos.
O imperador celestial decidiu enviar Hou Yi para ajudar a humanidade a remover nove dos dez sóis do céu e aniquilar as feras e bichos venenosos na superfície da terra. E Chang E acompanhou seu marido. Ao chegar à terra, Hou Yi acomodou sua esposa numa gruta da montanha e foi combater os sóis com arco e flecha e aniquilar as feras e os bichos com sua espada.
Sozinha na gruta, Chang E sentia-se muito solitária. Um dia, ela percebeu que só restara um sol no céu e concluiu que, cumprida a missão dada pelo imperador celestial, Hou Yi voltaria logo. Sem conter a alegria, começou a dançar, queria voar, pois quando vivia no céu, ela viajava entre as nuvens. Mas ali não podia. Ficou aflita.
Quando voltou à gruta, Hou Yi viu que sua mulher chorava e perguntou o que lhe acontecera. Chang E contou o motivo. O marido consolou-a dizendo: "Não fique triste. A imperatriz-mãe do Oeste tem remédio de imortalidade. Vou pedir-lhe tal remédio para nós. Viver no mundo como imortais é muito melhor que levar uma vida solitária no céu."
Chang E concordou e parou de chorar.
Superando mil e uma dificuldades, Hou Yi chegou ao Palácio da Imperatriz-mãe do Oeste, situado em cima da Cordilheira Kun Lun.
Inteirada do caso, ela disse: "Quem toma uma pílula do meu remédio, fica imortal; quem toma duas, pode voar para o céu e tornar-se divindade."
Como havia decidido ficar na terra para continuar a ajudar a humanidade, Hou Yi pediu duas pílulas, uma para ele próprio, e a outra, para sua mulher Chang E.
Depois de uma viagem de alguns meses, Hou Yi retornou à gruta, levando as duas pílulas.
A Chang E ficou muito contente e queria tomar o remédio imediatamente, mas o marido a impediu, dizendo: "Paciência. Tomremos amanhã, dia 15 de Agosto, com a Lua mais cheia e brilhante."
Alta noite, a Chang E não conseguia dormir. Pensava: uma pílula para ser imortal, e duas para voltar ao céu e levar uma vida de divindade. Por um impulso do momento, ela tomou as duas pílulas e saiu da gruta. A Lua estava lá no céu, redonda e brilhante, como um prato de prata. Chang E sentia-se leve, e começou a voar para o céu.
Inteirado do retorno de Chang E, o imperador celestial baixou uma ordem, dizendo que por ter voltado ao céu sem autorização, Chang E é condenada ao exilo na Lua de onde jamais poderia sair.
Sem se atrever a contrariar a ordem do imperador celestial, Chang E foi morar na Lua onde passou a levar uma vida triste, solitária, mordida de remorsos, acompanhada por um coelho branco que pila ervas medicinais, um sapo e um grande loureiro.

Nota: No dia 15 de Agosto segundo o calendário lunar, os chineses comemoram a Festa do Meio Outono que tem origem numa belíssima lenda: Chang E voa para a Lua.
Na noite desse dia, quando a lua cheia se levanta no horizonte , os velhos, junto com seus filhos e netos, sentam-se ao redor de uma mesa no pátio e contemplam a Lua, comendo melância, maçã, uva e outras frutas, assim como yuebing, um tipo de bolo especialmente para esta festa.
Nestas ocasiões, os velhos costumam contar a história de Chang E, que voou para a Lua.
Fonte:http://portuguese.cri.cn/chinaabc/chapter16/chapter160110.htm (18/01/2011-09.19h)

Woo Sing e o Espelho

Um dia, o pai de Woo Sing chegou em casa com um espelho trazido da cidade grande.
Woo Sing nunca tinha visto um espelho na vida. Penduraram-no na sala enquanto ele estava brincando lá fora; quando voltou não compreendeu o que era aquilo, pensando estar na presença de um outro menino.
Ficou muito alegre achando que o menino viera brincar com ele.
Ele falou muito amigavelmente com o desconhecido, mas não teve resposta.
Riu e acenou para o menino no vidro, que fazia a mesma coisa, exactamente da mesma maneira.
Então, Woo Sing pensou: " Vou chegar mais perto. Pode ser que ele não esteja me escutando".
Mas quando começou a andar, o outro menino logo o imitou.
Woo Sing estacou e ficou pensando naquele estranho comportamento. E disse para si mesmo:"
Esse menino está zombando de mim, faz tudo o que eu faço!"
E quanto mais pensava, mais zangado ficava. E logo reparou que o menino estava zangado também.
Isso acabou de exasperar Woo Sing! Deu um tapa no menino, mas só conseguiu machucar a mão, e foi chorando até seu pai. Este lhe disse:
__O menino que você viu, era a sua própria imagem. Isso deve ensinar você uma importante lição, meu filho. Tente não perder a cabeça com as outras pessoas. Você bateu no menino no vidro e só conseguiu machucar a si mesmo.
História recontada por Mary Davis e Cheow-Leung

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