A minha Lista de blogues

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O Menino e o Crocodilo

Um crocodilo, andando a passear, encontrou-se com um menino e disse-lhe:
- Ensina-me o caminho do rio porque eu perdi-me.
O menino respondeu:
-Para te levar à beira do rio, não tenho confiança em ti.
Respondeu-lhe o crocodilo:
-Não duvides de mim porque não estou a enganar-te, mas, se não acreditas, amarra-me as mãos e as patas.
o menino assim fez e depois carregou o crocodilo à cabeça.
Quando estavam perto do rio, o menino disse ao crocodilo:
- Como já chegámos vou por-te no chão. A seguir, desatou as cordas com que o amarrara.
Logo que o menino voltou as costas, o crocodilo apanhou-o.
- O que me queres fazer? - interrogou o menino.
-Quero comer-te - respondeu o crocodilo e, carregando com o rapazinho, marchou para o rio.
O Crocodilo entrou na água com a criança. Ao mesmo tempo, apareceu na margem do rio, uma lebre.
O menino disse ao crocodilo:
- Espera. Eu vou chamar a lebre para ela ser testemunha do que me fizeste.
O menino relatou à lebre o que se passara.
A lebre, surpreendida com o que lhe disse o pequeno, respondeu:
-Tu tens muita coragem.Como é que te atreveste a ajudar o crocodilo?
O pequeno ripostou:
- Andei com precaução, porque, quando o transportei até ao rio, lhe amarrei as patas e as mãos.
Volta a lebre a falar:
-Não! Isso que me dizes, eu não acredito. Explica-me bem como é que fizeste.
O crocodilo tornou a pôr as mãos e as patas para trás e o menino amarrou-o.
- Como é que o carregaste? - perguntou a lebre.
O menino arranjou uma rodilha e pôs o crocodilo à cabeça. Fez tudo isto sentado e só depois de ter a carga à cabeça é que se levantou.
nessa altura, a lebre voltou a indagar:
-Então o teu pai nunca comeu crocodilo? E a tua mãe?
-Gostam - respondeu o pequeno -, e costumam comer.
-Então carrega com ele e leva-o para casa - insistiu a lebre, e terminou:
- quem procedeu como o crocodilo é a paga que merece.

Moral: É bem verdade que a astúcia domina a força.


Fonte: Histórias de Longe e de Perto - Histórias, Contos e Lendas de Povos que falam também português, concepção e selecção de Maria de Lourdes Tavares e Maria Odete Tavares Tojal, Ministério da Educação (texto com supressões)

ESTUDAR

Ler um livro é muito importante,
às vezes urgente.
Mas os livros não são o bastante
 para a gente ser gente.

É preciso aprender a escrever,
Mas também a viver!
Mas também a sonhar!
É preciso aprender a crescer,
aprender a estudar.

Aprender a crescer quer dizer
aprender a ESTUDAR, a  conhecer  os
                                      outros
A ajudar, a viver com os outros
E quem aprender a viver com os outros
Aprende sempre a viver bem consigo
                                      mesmo.
Não merecer um castigo
É ESTUDAR
Estar contente consigo
É ESTUDAR
Aprender a terra
Aprender o trigo
E ter um amigo
Também é estudar.
Estudar também é repartir
também é saber dar
o que a gente souber dividir
Para multiplicar.
Estudar é escrever um ditado
sem ninguém nos ditar.
E se um erro nos for apontado,
é sabê-lo emendar.
É preciso em vez de um tinteiro
ter uma cabeça que saiba pensar,
pois na escola da vida, primeiro está saber estudar.

Contar todas as papoilas de um trigal,
é a mais linda conta de somar
que se pode fazer.

Dizer apenas música quando se ouve um
pássaro
Pode ser a mais bela redacção do mundo.


Fonte: Ary dos Santos, José Carlos, Obra Poética, Edições Avante.
Poema publicado em livro escolar do 6º ano, do ensino básico, “Voando …nas Asas da fantasia”, Mocho, Ana Maria e Boaventura, Odete, Edições Asa.

José Carlos Ary dos Santos, nasceu em Lisboa em 1937 e faleceu em 1987, destacou-se como letrista de canções (mais de 600 poemas para musicar) que marcaram a música ligeira portuguesa.